terça-feira, 1 de maio de 2012

Uma Escola sem Relógio nem Calendário


       Quando eu fazia magistério em uma tradicional escola denominacional no interior de São Paulo, já ouvia meus professores dizerem que “a escola tem que preparar para a vida”. Lá se vão 28 anos. Desde então, passei pela universidade, pelo mestrado e pelo doutorado, pelo pós-doutorado: o discurso não mudou – “a escola tem que preparar para a vida!”. Também acho. Tanto acho que me desespero ao ver que a escola brasileira é uma escola do tipo autossuficiente no tempo e no espaço, uma escola cujos muros delineiam não apenas o formato do terreno, mas a sua invariável teimosia em não mudar e cujos portões servem para uma a viagem no tempo muito mais do que para uma viagem ao mundo do conhecimento. 
      A escola brasileira surgiu, lá no século XVI, como um centro de catequização. Era uma escola funcional, que servia para amansar índios e dar um pouco de educação aos filhos dos bandidos portugueses trazidos ao Brasil para os fins da colonização. Nesse tempo, senhores e barões não mandavam seus filhos para a escola, pois traziam a escola que queriam para dentro de casa, contratando professoras estrangeiras que educavam seus filhos com o rigor que a educação de um senhor exige. Enquanto os filhos dos índios e dos bandidos aprendiam a ser bonzinhos, os filhos dos ricos aprendiam a ser senhores e a mandar. Mais do que isso, os filhos dos senhores aprendiam a ser fiéis à causa de seus pais. O escravo não conhecia nenhuma das duas escolas: a segunda, ele não conhecia porque não tinha dinheiro para bancá-la; a primeira, não conhecia porque ainda “não tinha alma”, e a Igreja Romana não catequizava quem “não tinha alma”.
         Essas duas escolas tão diferentes, a catequista e a senhorista, conviveram por muito tempo juntas, sem conflitos mais significativos do que aqueles que já havia na sociedade, simplesmente pelo fato de que serviam à mesma causa: manter a sociedade como era, em sua “normalidade”. Afinal, o mundo é assim desde que o conhecemos: uns mandam, outros obedecem, e o “argumento do cacete” é o que mais funciona. 
       Mas, o Brasil foi crescendo e aumentando sua economia. Já era, então, um país “cristão e pacificado”. Entramos na era industrial! As multinacionais vieram se instalando, uma a uma, num país de plantadores de café e cana e extrativistas de borracha, que havia recebido até então, em seus ciclos migratórios, apenas agricultores e analfabetos. Precisávamos formar trabalhadores “qualificados para apertar botões”! Esse parece ser o ponto da história em que surge o mito educacional de que “educamos as pessoas para que sejam alguém na vida.” É engraçado – e tristíssimo! - como esse mito pegou e permanece até hoje.
      Porém, o brasileiro, com seu jeitinho pra tudo já havia aprendido que um pouquinho de religião africana convive bem com um pouquinho de cristianismo místico, que as coisas não são assim tão distantes, que é possível conciliar Maria e Iemanjá sem muito esforço, enfim... tudo aqui se ajeita... E ainda mais com um bocado de cerveja e feijoada. Aprendemos a acreditar na enorme besteira de que não somos um povo afeito a terrorismos e guerras: preferimos comida, bebida, sexo e futebol. Tudo numa boa. Mas a realidade do país sempre mostrou coisas bem diferentes: revoluções, revoltas populares, tráfico, milícias, desorganização social e todo tipo de violência. Só que isso não importava para a escola: precisávamos de apertadores de botões! Como todas as economias que crescem, precisávamos de “trabalhadores qualificados”. 
       O mito da transformação do “nada” em “gente” pela escola está mais vivo do que nunca. Pergunta-se a qualquer brasileiro normal por que ele manda o filho pra escola e ele responde: “Para ele ser alguém na vida!” e completa: “Hoje, sem estudo, a gente não arruma emprego.” Maravilha! Então, o povo estuda para ser alguém na vida, porque na verdade filho de pobre nasce “ninguém”. O povo estuda para arrumar um emprego, e não para ter a própria empresa ou para mandar em alguma coisa. O povo manda o filho para a escola já sonhando com o concurso público, com “a vaga na firma” (olhe o tamanho da mesquinhez disso!), com um lugarzinho ao sol! Você já ouviu rico dizendo para alguém que o filho dele vai para escola para ser alguém na vida? Só se for “novo rico”, desses que ainda não perderam os cacoetes de pobre. Porque “rico convicto” não diz que o filho precisa ser alguém na vida: o filho dele já nasceu sendo gente. 
      Essa nossa história educacional é triste, absurda e ofensiva. A escola “moderna” brasileira, a escola da era industrial, mantém o mesmo espírito funcional de criadora de servos que a escola catequista possuía, mas agora revestida de um tom de “modernidade industrial”. Nenhum filho de pobre vai à escola porque a Constituição diz que ser uma pessoa educada e feliz é um direito de todos: ele vai é para “ser alguém”! Nenhum filho de pobre vai à escola para aprender a cuidar de sua vida, de sua saúde, de seu país, para aprender a mandar, a dirigir a própria existência, a ser senhor de seu destino: vai para aprender a apertar botões! Por isso a nossa escola ensina o silêncio e a submissão como regras máximas. O bom aluno é o aluno calado e obediente. 
      O que parece ser ainda mais grave é que essa escola, por muitas décadas, contou com o pontapé inicial da família, que ensinava um mínimo de educação e compostura às crianças antes da idade escolar. Porém, a família tradicional sucumbiu. Hoje, em grande parte das casas brasileiras, pais e mães vivem correndo atrás do dinheiro de cada dia e os filhos são educados pela TV, pela Internet ou, na maioria dos casos, pela rua. Simplesmente, não importa se a lei divide a responsabilidade da educação entre a escola e a família. Isso não tem a menor relevância! Os únicos fatos relevantes em relação a isso são que a família tradicional acabou e a escola não se move, não muda seus conceitos nem suas práticas, pois seu relógio está parado e seu calendário não é trocado há décadas. 
      Para resolver a questão, o Conselho Nacional de Educação - CNE criou os “conteúdos transversais”. Coisas essenciais e faltantes como a ética, a moral, a sexualidade e a saúde devem ser tratadas transversalmente ao longo de todas as matérias. Está na lei; mas, é balela. Ninguém faz. Na verdade, a ideia de transversalidade desses temas se baseia inconfessavelmente no medo inexplicável de perdermos nossa querida escola técnica e conteudista, essa que ensina a análise sintática e as equações de segundo grau como solução para os problemas do mundo. Isso precisa mudar! E rápido, pois o pontapé inicial da família na educação agora é um pontapé no traseiro dos alunos para que caiam na vida e se virem.
      Precisamos de um novo currículo urgentemente. Um currículo em que haja menos preocupação com conteúdos técnicos e mais preocupação com a vida. Temas como ética, moral, saúde e sexualidade precisam virar disciplinas regulares, com docentes capacitados para tratar maduramente desses temas e tempo para que a escola os trabalhe. Não podemos mais esperar que o professor de Física ou de Matemática discuta com os alunos por que eles não devem fumar crack.
      Se nossa escola não vê o tempo passar fora de seus muros, é preciso que alguém tome uma providência responsável. Enquanto o mundo pega fogo aqui fora, a nossa escola sem relógio nem calendário, dentro de seus portões mágicos, continua ensinando aos nossos pobres-filhos-pobres apenas “o núcleo do sujeito”, “a revolução farroupilha” e “o número atômico do estrôncio”. Para quê? Para ocupar o tempo que ela não vê passar? Para fingir que liberta enquanto sufoca e aprisiona? Para transformar “alguém que é ninguém”, em funcionário da prefeitura local? Afinal, o que se poderia esperar de um sistema educacional que não vê – ou finge que não vê - o tempo passar e o mundo se transformar? Ou seja, o que esperar de uma escola que ainda não aprendeu – e nem sei se um dia aprenderá – a sentir a vida pulsar?
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Por : Celso Ferrarezi Junior  - 24/04/2012
 "Celso Ferrarezi Junior possui licenciatura plena em Letras, mestrado e doutorado em Linguística com enfoque em Semântica, atuando principalmente com os seguintes temas: semântica, morfossintaxe, educação e alfabetização. Tem pós-doutorado em Semântica pela Universidade Estadual de Campinas. É membro de diversos conselhos editoriais e consultor de instituições educacionais e científicas privadas e governamentais. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), cargo que também ocupou na Universidade Federal de Rondônia. Escreveu cerca de vinte e três livros científicos e literários, publicados por editoras como Globo, Mercado de Letras, Parábola, Contexto, Terceira Margem, Scortecci e editoras universitárias, além de mais de duzentos artigos científicos e de opinião publicados no Brasil e no exterior."


http://www.correioalfenense.com.br/site/noticia_detalhes.asp?id=52&noticia=357

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ARTIGO: DISLEXIA


DISLEXIA



Por Franciele P.P da Silva e Giseli O. Matioli
Acadêmicas Faculdade de Rolim de Moura – FAROL
23/05/11


Resumo
O presente trabalho tem como objetivo conceituar o que é dislexia. Trata-se de um estudo descritivo, onde será mostrado o encaminhamento e o diagnostico que serão apontados pelo orientador em sala de aula, com propósito de apresentar que é uma dificuldade na aprendizagem, muito embora a sociedade a vê como uma patologia. Trata-se de um distúrbio hereditário e genético, para a qual existem recursos suficientes para obter sucesso no aprendizado. Quanto ao tratamento e a orientação estes são atribuições de um especialista na área psicopedagógica e na área da saúde. Considera-se necessário o estudo do distúrbio para minimizar a angústia da criança, da família e do professor que lidará diretamente com esta demanda.
                                                                                                                                                                                     
PALAVRAS-CHAVE: Dificuldades de Aprendizagem – Dislexia – Pais – Professores – Alunos


1- INTRODUÇÃO
A Dislexia é um distúrbio manifestado por dificuldade na aprendizagem afetando a leitura, escrita e soletração. Normalmente, é detectado a partir do inicio da alfabetização, porém não é considerada uma patologia. Suas principais características é a confusão de letras e palavras, possui também dificuldade de lembrar-se das sequências: meses do ano, letras do alfabeto, números e dias da semana.
Segundo a ABD (Associação Brasileira de Dislexia):
Definida com um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Dentro do distúrbio manifestado, os pais têm um papel importante na sua identificação, uma vez que eles conhecem seus filhos melhor do que ninguém, podendo assim ajudar no tratamento e buscando auxílio profissional. A criança com essa dificuldade de aprendizagem geralmente apresenta as seguintes características: insegurança e baixa autoestima, se sente excluída e normalmente demonstra tristeza em sala de aula.
O professor é um elemento principal nesse tratamento precisando assumir algumas responsabilidades. A primeira tarefa é resgatar autoconfiança do aluno, enxergando suas habilidades, e fazer com que o aluno se sinta confiante. Cabe ao professor utilizar recursos específicos e criativos nas atividades e técnicas de ensino, descobrindo qual deles melhor se encaixam na dificuldade peculiar de cada aluno.
Segundo o International Dyslexia Society, “na dislexia deve ser sempre observado que as diferenças são pessoais, o diagnóstico é clínico, o entendimento é cientifico e o tratamento é educacional”.

2. CARACTERÍSTICAS
Segundo a ABD¹ a criança dislexa haverá sempre:
·         Dificuldades com a linguagem e escrita;
·         Dificuldades em escrever;
·         Dificuldades com a ortografia;
·         Lentidão na aprendizagem da leitura;
As principais características quando encaminhada ao diagnóstico são apontadas pelo orientador em sala de aula. As dificuldades especificas são:
·  Dificuldade no reconhecimento das palavras, sílabas e letras
·  Disgrafia (letra feia)
·  Discalculia: dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada
·  Confusão entre movimentos (direita e esquerda)
·  Ao ler, pula linhas ou volta para a anterior
·  Soletração defeituosa: lê palavra por palavra, sílaba por sílaba e não consegue identificar o conteúdo.
·  Desenvolve uma baixa autoestima, se sente excluído e demonstra tristeza, principalmente na escola.
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1 - ABD – Associação Brasileira de Dislexia
 Luca afirma que:
A dislexia caracteriza-se por diferença no processamento de informações visuais e auditivas entre outras características e assim sendo se a classificarmos como doença, deveríamos classificar o canhotismo da mesma forma como sendo uma doença, uma vez que os indivíduos canhotos também processam informações de forma diferenciada em relação aos demais indivíduos.


2.1- DIAGNÓSTICO
Para fazer um diagnóstico correto deve-se investigar a história familiar da criança, para descobrir se existem outros casos com esse distúrbio. Diagnosticar significa também buscar soluções. Inicialmente, a dislexia é identificada em casa e na escola. É o profissional especializado que realiza essas avaliações e chega a uma conclusão final.
Na concepção de Paín (1985, pag.30):
A dislexia é utilizada apenas como um nome mais elegante para traduzir simplesmente  a dificuldade para aprender a ler e/ou escrever. Tal dificuldade sempre pode ser diagnosticada multifatorialmente, e sua especificidade reside na dificuldade na acomodação, que determina uma insuficiência para a construção de imagens. Nestes casos o tratamento psicopedagógico alcança um rápido êxito quando o diagnostico é correto e a estimulação apropriada.
Deve-se fazer um diagnóstico multidisciplinar com profissionais qualificados como: fonoaudiólogo, psicólogo e neurologista, dependendo do caso apresentado talvez seja necessário procurar outros especialistas, vai depender da gravidade de cada caso.
Conforme a ABD:
Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma criança de risco. O diagnóstico só pode ser feito após a alfabetização entre a primeira e a segunda série, pois a escola alfabetiza precocemente e a criança não acompanha porque não tem maturidade neurológica suficiente.
  
2.2-  TRATAMENTO
             Uma vez concluído o diagnóstico o tratamento deve-se contar com a ajuda de um especialista, o tratamento psicopedagógico é o mais indicado no caso de tratar-se de um distúrbio, deve ser realizado uma consulta individual e frequente, é necessário usar material estimulante e interessante como: jogos, brinquedos e empregar atividades quem contem letras e palavras. O processo para esse tratamento é longo necessitando de persistência para a aquisição de mecanismos adaptativos para o aprendizado.
A Associação de Brasileira de Dislexia diz que:
O tratamento de intervenção psicopedagógica com o portador de distúrbios de aprendizagem ou com o portador de dislexia, tem por finalidade dar suporte ás atividades escolares; oferecer apoio pedagógico àqueles que necessitam desenvolver seu repertório acadêmico; iniciar o processo de autonomia de cada um para a vida prática e social; levar o aprendente a construir seu próprio aprendizado, sendo ele o próprio sujeito do seu conhecimento

2.3-  ORIENTAÇÃO     
É importante orientar a criança sempre pensando positivo, nunca criticar os seus erros e sempre apoiar e incentivar as suas atividades, para que assim ela se sinta segura em tudo que for fazer. Não mostrar a quantidade de erros para não desmotivá-lo, procurar mostrar outros meios simples para que a criança entenda.

2.4 - PAIS
Faz parte do papel dos pais ficarem atentos às frustrações, tensões, ansiedades, baixo desempenho e desenvolvimento; deve partir deles a procura de profissionais para ser realizado um diagnóstico. Assim, é preciso buscar uma instituição educacional preparada para receber a criança com esta dificuldade. Além disso, é importante manter relação próxima com os professores e profissionais envolvidos para que assim se possa obter resultados positivos nas atividades desenvolvidas no âmbito escolar.
Rotta (2006, pag.173) afirma que:
A família também deve oferecer condições adequadas para que o binômio ensino-aprendizagem se realize com sucesso. A escolaridade dos pais, principalmente das mães, nas diferentes pesquisas desempenha um papel fundamental na estimulação da criança pra um melhor envolvimento com os estudos. O hábito da leitura na família, sem duvida, constitui um diferencial na estimulação pedagógica do escolar. Nesse contexto, as condições socioeconômicas, na maioria das vezes com renda familiar insuficiente, são relevantes e com freqüência estão implicadas no fracasso escolar.
Para que a criança se sinta confiante é importante a participação pró-ativa dos pais e/ou responsáveis. Conversar com a criança facilita a expressão de sentimentos e demonstra interesse estimulando suas habilidades.
Para um dislexo organizar-se é preciso o auxilio dos cuidadores na programação e organização de suas atividades cotidianas, pois isso é fundamental para que eles levem uma vida normal do ponto de vista acadêmico, familiar e afetivo.

2.5-  PROFESSORES
O professor é um dos principais personagens nesse processo, pois quando ele identifica um dislexo pode procurar caminhos para atender as suas necessidades cognitivas. Para isso, é importante dar sempre atenção especial e encorajá-lo a perguntar em caso de alguma dúvida, evitar que leia em público para que não se sinta constrangido e inferior aos outros colegas de sala de aula. Da mesma maneira, pode estar procurando meios para que a criança com essa dificuldade de aprendizagem se sinta confortável perante a turma, substituindo a avaliação escrita pela avaliação oral, evitando testes de múltipla escolha, aceitando o uso de calculadora. Porém, neste último caso, o professor deve ter o cuidado de procurar sempre um local tranquilo ou sala individual para tais avaliações, não só para evitar comentários como também para que o aluno possa focar a sua atenção na tarefa a ser realizada. Para um sucesso na vida do dislexo, o professor é o principal elemento para seu desenvolvimento na sua vida social e profissional.


3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, fica evidenciado que a dislexia  é hereditária e genética, não é considerada uma patologia e existe tratamento para esse distúrbio, pois é feito por meio de intervenção de médicos da área e não por meio de medicamentos. A maior importância é fazer com que a criança não se sinta diferente diante da sociedade, pois cada um tem uma maneira peculiar de mostrar suas habilidades e agilidades. É importante trabalhar com as suas necessidades cognitivas, assim descobrindo seu auto conhecimento.
É necessário buscar apoio de uma equipe multidisciplinar, um especialista na área.O mais indicado é o psicopedagogo, ele não é médico mas é uma peça importante para o tratamento, onde acontecerá diversas avaliações ate chegar a uma conclusão final, só assim pais e professores saberá conduzir a criança para um caminho que obtenha sucesso e se sinta confiante em suas atitudes diante a sociedade.
Para o educador trabalhar com uma criança portadora de dislexia é necessário que ele tenha conhecimento sobre esse distúrbio pois, só assim saberá conduzir de maneira satisfatória o aprendizado dessa demanda, objetivando que a mesma alcance sucesso escolar e profissional. O orientador precisa ser sempre motivado pela busca do conhecimento, a partir dessa busca constante saberá conduzir o seu aluno para que ele seja capaz de exercer sua cidadania.
É importante que o professor esteja sempre em harmonia com família para que possa ficar interado com essa dificuldade que o dislexo sofre, é responsabilidade do educador instruí-lo para que ele não sofra preconceitos, e assim agravando suas dificuldades.
Pais e professores são os protagonistas principais para o sucesso do tratamento.









REFERÊNCIAS

PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem, Tradução de Ana Maria Machado. Porto Alegre, Artes Médicas, 1985.

ROTTA Newra Tellechea, OHLWEILER Lygia, RIESGO Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem Abordagem Neurobiologica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artimed, 2006.

KAPPES, Dany; FRANZEN, Gelson; TEIXEIRA, Glades; GUIMARÃES, Vanessa. Dislexia. Disponível em <HTTP://www.profala.com/artdislexia18.htm>. Acesso em 06.mai.2011 às 21h00min.

SAMPAIO,Simaia.Dislexia.Disponivel em:<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.htm#Dislexia>. Acesso em 06.maio.2011 ás 20h35min.

ABD.Tratamento para Distúrbios Aprendizagem e Dislexia. Disponivel em <http://www.dislexia.org.br/tratamento/tratamento_oque.html>. Acesso em 21.maio as 18h40min.

Associação Brasileira de Dislexia. Dislexia. Disponível em <http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html>. Acesso em 21.maio.2011 as 16h14min

DE LUCA, Maria Inez Ocanã. Distúrbio, Transtorno, Doença ou Sindrome: afinal onde se encaixa a dislexia? <http://www.richmond.com.br/acontece/disturbio-transtorno-doenca-ou-sindrome-afinal-onde-se-encaixa-a-dislexia/>. Acesso em 21.maio.2011 às 18h40min.

GARCIA, Jesus Nicasio. Manual de dificuldades de aprendizagem. Linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 1998.

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL


É de suma importância salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intrauterina realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento.
A partir deste conceito e através da nossa prática no contexto escolar, consideramos que a psicomotricidade é um instrumento riquíssimo que nos auxilia a promover preventivos e de intervenção, proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Assunção & Coelho (1997, p.108) a psicomotricidade é a “educação do movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e psíquicas”. Além disso, possui uma dupla finalidade: “assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do intercâmbio com o ambiente humano”.
Os movimentos expressam o que sentimos, nossos pensamentos e atitudes que muitas vezes estão arquivadas em nosso inconsciente. Estruturas o corpo com uma atitude positiva de si mesma e dos outros, a fim de preservar a eficiência física e psicológica, desenvolvendo o esquema corporal e apresentando uma variedade de movimentos.
Através da ação sobre o meio físico com o meio social e da interação como ambiente social, processa-se o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano. É um processo complexo, em que a combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, produz nele transformações qualitativas. Para tanto desenvolvimento envolve aprendizagem de vários tipos, expandindo e aprofundando a experiência individual.
O professor deve estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de facilitador da aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. Ele deverá estabelecer com seus alunos uma relação de ajuda, atento para as atitudes de quem ajuda e para a percepção de quem é ajudado.
Diante disso, percebe-se a importância do trabalho da psicomotricidade no processo de ensino-aprendizagem, pois a mesma está intimamente ligada aos aspectos afetivos com a motricidade, com o simbólico e o cognitivo.
De acordo com Assunção & Coelho (1997, p 108) a psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo (todas as suas partes), relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo em que põe em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente motoras.
Diante desta visão, as atividades motoras desempenham na vida da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais. Enquanto explora o mundo que a rodeia com todos os órgãos dos sentidos, ela percebe também os meios como quais fará grande parte dos seus contatos sociais.
Portanto, a educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa, onde a criança se confronta com o meio. A educação proveniente dos pais e do âmbito escolar, não tem a finalidade de ensinar à criança comportamentos motores, mas sim permite exercer uma função de ajustamento individual ou em grupo.
As atividades desenvolvidas no grupo favorecem a integração e a socialização das crianças com o grupo, portanto propicia o desenvolvimento tanto psíquico como motor. Os movimentos, as expressões, os gestos corporais, bem como suas possibilidades de utilização (danças, jogos, esportes...), recebem um destaque especial em nosso desenvolvimento fisiológico e psicológico.
Com base neste contexto, percebemos a importância das atividades motoras na educação, pois elas contribuem para o desenvolvimento global das crianças. Entretanto, as crianças passam por fases diferentes uma das outras e cada fase exige atividades propicias para cada determinada faixa etária.
A psicomotricidade precisa ser vista com bons olhos pelo profissional da educação, pois ela vem auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual do aluno, sendo que o corpo e a mente são elementos integrados da sua formação.





 

Autora:
Sandra Vaz de Lima
Graduada em Letras/ Inglês
Especialista em Educação Especial e Psicopedagogia Clinica/Institucional

Fonte de Pesquisa extraída em: http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-importancia-da-psicomotricidade-na-educacao-infantil-340329.html

terça-feira, 24 de abril de 2012


Relatório apresentado a disciplina de psicomotricidade sob orientação da professora Adriana Travassos aos dezessete dias do mês de Abril do ano de dois mil e doze.

O estudo pautou-se na pesquisa de campo realizada em sala de aula, de maneira observacional e participativa. O grupo observador em questão se responsabilizou por uma criança de sete anos do gênero masculino, o qual foi submetido a uma bateria de testes. Estes que foram realizados de maneira pratica, aplicadas a Equilibração, Noção do corpo e Estruturação espaço-temporal, utilizados em todas as faixas etárias, com base na educação psicomotora de Le Boulch(1987).
Na chegada foram montadas estratégias para que a criança pudesse se sentir muito a vontade e liberdade. Sendo este um ponto importante para um bom desenvolvimento do trabalho psicomotor, o vinculo entre o profissional e o individuo que neste momento utiliza-se desse serviço. É preciso que a criança sinta-se capaz de desenvolver as atividades a ele propostas.
Primeiramente fora contada uma historia do Pinóquio, e a cada momento que a fada ia dando vida ao menino Pinóquio, a criança ia gesticulando junto. “então ela tocou o braço direito e ele se mexeu, então tocou o braço esquerdo...”, assim foi até o fim da historia. Neste primeiro momento foi possível observar que a criança já tem noção de direita e esquerda.
Como uma forma de trabalhar-se a coordenação motora, esta que é inteiramente ligada ao desenvolvimento físico. Neste caso principalmente a coordenação das mãos, foi realizada com três bolinhas de malabares. Primeiramente a criança se saiu bem com as duas bolinhas, no entanto quando lhe fora acrescentada uma terceira bolinha, sentiu dificuldade e desequilibrou-se muitas vezes.
Para Boulch:

 (1987, p.131) “muitos exercícios precedentes são difíceis de executar, principalmente para a criança de 7 ou 8 anos, em conseqüência de sua falta relativa de habilidade manual. Os exercícios de conscientização dos movimentos da Mao e dos dedos, completados pela destreza, lhe permitem alcançar progressivamente uma melhor coordenação oculomanual.”

Buscando descobrir qual a dominância lateral da criança, foi entregue a ela uma bexiga, a qual não deveria cair no chão em hipótese alguma. Foi observado que sua dominância lateral era a do lado direito, sendo então caracterizado como destro. Tanto de membros superiores, quanto inferiores. Ao ser-lhe acrescentada mais uma bexiga e a responsabilidade a mesma, teve mais dificuldade. Porém não sendo possível dizer que realizou a atividade de maneira insatisfatória.
Conforme Boulch:

 (1987, p.25) “a construção de esquemas motores complexos envolve, portanto, não apenas uma disponibilidade corporal completa quer no plano postural como no plano da localização e da dissociação do movimento, mas também de uma boa percepção e memorização das estruturas rítmicas.”

E para finalizar com um exercício de presteza, fora feito um deslocamento com quatro apoios e agilidade no chão. Inicio de pé, depois se agacha e caminha com quatro apoios por alguns metros. E durante esse deslocamento foi possível trabalhar a orientação. Buscando vários obstáculos diferentes, “coloque a Mao esquerdo na letra A e o pé direito na letra F”, para Boulch (1987, p.155) “os deslocamentos com quatro apoios apresentam o interesse de desenvolver certa coordenação global dos quatro membros, de assegurar o desenvolvimento muscular da cintura escapular, de solicitar uma certa vivacidade e velocidade.”
As atividades psicomotoras aplicadas foram analisadas segundo aspectos do esquema corporal como orientação espacial, percepção corporal, a fim de justificar os aspectos psicomotores trabalhados. É necessário ressaltar que a criança observada possui um bom desenvolvimento psicomotor.





 Autores: Anderson R. Silva, Douglas Roque, Elaine Fonseca, Giseli O. Matioli, Laire Figueira, Leandro G. Figueira e Salete Linard. Farol - Faculdade de Rolim de Moura - Turma Pedagogia III