quarta-feira, 25 de abril de 2012

ARTIGO: DISLEXIA


DISLEXIA



Por Franciele P.P da Silva e Giseli O. Matioli
Acadêmicas Faculdade de Rolim de Moura – FAROL
23/05/11


Resumo
O presente trabalho tem como objetivo conceituar o que é dislexia. Trata-se de um estudo descritivo, onde será mostrado o encaminhamento e o diagnostico que serão apontados pelo orientador em sala de aula, com propósito de apresentar que é uma dificuldade na aprendizagem, muito embora a sociedade a vê como uma patologia. Trata-se de um distúrbio hereditário e genético, para a qual existem recursos suficientes para obter sucesso no aprendizado. Quanto ao tratamento e a orientação estes são atribuições de um especialista na área psicopedagógica e na área da saúde. Considera-se necessário o estudo do distúrbio para minimizar a angústia da criança, da família e do professor que lidará diretamente com esta demanda.
                                                                                                                                                                                     
PALAVRAS-CHAVE: Dificuldades de Aprendizagem – Dislexia – Pais – Professores – Alunos


1- INTRODUÇÃO
A Dislexia é um distúrbio manifestado por dificuldade na aprendizagem afetando a leitura, escrita e soletração. Normalmente, é detectado a partir do inicio da alfabetização, porém não é considerada uma patologia. Suas principais características é a confusão de letras e palavras, possui também dificuldade de lembrar-se das sequências: meses do ano, letras do alfabeto, números e dias da semana.
Segundo a ABD (Associação Brasileira de Dislexia):
Definida com um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Dentro do distúrbio manifestado, os pais têm um papel importante na sua identificação, uma vez que eles conhecem seus filhos melhor do que ninguém, podendo assim ajudar no tratamento e buscando auxílio profissional. A criança com essa dificuldade de aprendizagem geralmente apresenta as seguintes características: insegurança e baixa autoestima, se sente excluída e normalmente demonstra tristeza em sala de aula.
O professor é um elemento principal nesse tratamento precisando assumir algumas responsabilidades. A primeira tarefa é resgatar autoconfiança do aluno, enxergando suas habilidades, e fazer com que o aluno se sinta confiante. Cabe ao professor utilizar recursos específicos e criativos nas atividades e técnicas de ensino, descobrindo qual deles melhor se encaixam na dificuldade peculiar de cada aluno.
Segundo o International Dyslexia Society, “na dislexia deve ser sempre observado que as diferenças são pessoais, o diagnóstico é clínico, o entendimento é cientifico e o tratamento é educacional”.

2. CARACTERÍSTICAS
Segundo a ABD¹ a criança dislexa haverá sempre:
·         Dificuldades com a linguagem e escrita;
·         Dificuldades em escrever;
·         Dificuldades com a ortografia;
·         Lentidão na aprendizagem da leitura;
As principais características quando encaminhada ao diagnóstico são apontadas pelo orientador em sala de aula. As dificuldades especificas são:
·  Dificuldade no reconhecimento das palavras, sílabas e letras
·  Disgrafia (letra feia)
·  Discalculia: dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada
·  Confusão entre movimentos (direita e esquerda)
·  Ao ler, pula linhas ou volta para a anterior
·  Soletração defeituosa: lê palavra por palavra, sílaba por sílaba e não consegue identificar o conteúdo.
·  Desenvolve uma baixa autoestima, se sente excluído e demonstra tristeza, principalmente na escola.
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1 - ABD – Associação Brasileira de Dislexia
 Luca afirma que:
A dislexia caracteriza-se por diferença no processamento de informações visuais e auditivas entre outras características e assim sendo se a classificarmos como doença, deveríamos classificar o canhotismo da mesma forma como sendo uma doença, uma vez que os indivíduos canhotos também processam informações de forma diferenciada em relação aos demais indivíduos.


2.1- DIAGNÓSTICO
Para fazer um diagnóstico correto deve-se investigar a história familiar da criança, para descobrir se existem outros casos com esse distúrbio. Diagnosticar significa também buscar soluções. Inicialmente, a dislexia é identificada em casa e na escola. É o profissional especializado que realiza essas avaliações e chega a uma conclusão final.
Na concepção de Paín (1985, pag.30):
A dislexia é utilizada apenas como um nome mais elegante para traduzir simplesmente  a dificuldade para aprender a ler e/ou escrever. Tal dificuldade sempre pode ser diagnosticada multifatorialmente, e sua especificidade reside na dificuldade na acomodação, que determina uma insuficiência para a construção de imagens. Nestes casos o tratamento psicopedagógico alcança um rápido êxito quando o diagnostico é correto e a estimulação apropriada.
Deve-se fazer um diagnóstico multidisciplinar com profissionais qualificados como: fonoaudiólogo, psicólogo e neurologista, dependendo do caso apresentado talvez seja necessário procurar outros especialistas, vai depender da gravidade de cada caso.
Conforme a ABD:
Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma criança de risco. O diagnóstico só pode ser feito após a alfabetização entre a primeira e a segunda série, pois a escola alfabetiza precocemente e a criança não acompanha porque não tem maturidade neurológica suficiente.
  
2.2-  TRATAMENTO
             Uma vez concluído o diagnóstico o tratamento deve-se contar com a ajuda de um especialista, o tratamento psicopedagógico é o mais indicado no caso de tratar-se de um distúrbio, deve ser realizado uma consulta individual e frequente, é necessário usar material estimulante e interessante como: jogos, brinquedos e empregar atividades quem contem letras e palavras. O processo para esse tratamento é longo necessitando de persistência para a aquisição de mecanismos adaptativos para o aprendizado.
A Associação de Brasileira de Dislexia diz que:
O tratamento de intervenção psicopedagógica com o portador de distúrbios de aprendizagem ou com o portador de dislexia, tem por finalidade dar suporte ás atividades escolares; oferecer apoio pedagógico àqueles que necessitam desenvolver seu repertório acadêmico; iniciar o processo de autonomia de cada um para a vida prática e social; levar o aprendente a construir seu próprio aprendizado, sendo ele o próprio sujeito do seu conhecimento

2.3-  ORIENTAÇÃO     
É importante orientar a criança sempre pensando positivo, nunca criticar os seus erros e sempre apoiar e incentivar as suas atividades, para que assim ela se sinta segura em tudo que for fazer. Não mostrar a quantidade de erros para não desmotivá-lo, procurar mostrar outros meios simples para que a criança entenda.

2.4 - PAIS
Faz parte do papel dos pais ficarem atentos às frustrações, tensões, ansiedades, baixo desempenho e desenvolvimento; deve partir deles a procura de profissionais para ser realizado um diagnóstico. Assim, é preciso buscar uma instituição educacional preparada para receber a criança com esta dificuldade. Além disso, é importante manter relação próxima com os professores e profissionais envolvidos para que assim se possa obter resultados positivos nas atividades desenvolvidas no âmbito escolar.
Rotta (2006, pag.173) afirma que:
A família também deve oferecer condições adequadas para que o binômio ensino-aprendizagem se realize com sucesso. A escolaridade dos pais, principalmente das mães, nas diferentes pesquisas desempenha um papel fundamental na estimulação da criança pra um melhor envolvimento com os estudos. O hábito da leitura na família, sem duvida, constitui um diferencial na estimulação pedagógica do escolar. Nesse contexto, as condições socioeconômicas, na maioria das vezes com renda familiar insuficiente, são relevantes e com freqüência estão implicadas no fracasso escolar.
Para que a criança se sinta confiante é importante a participação pró-ativa dos pais e/ou responsáveis. Conversar com a criança facilita a expressão de sentimentos e demonstra interesse estimulando suas habilidades.
Para um dislexo organizar-se é preciso o auxilio dos cuidadores na programação e organização de suas atividades cotidianas, pois isso é fundamental para que eles levem uma vida normal do ponto de vista acadêmico, familiar e afetivo.

2.5-  PROFESSORES
O professor é um dos principais personagens nesse processo, pois quando ele identifica um dislexo pode procurar caminhos para atender as suas necessidades cognitivas. Para isso, é importante dar sempre atenção especial e encorajá-lo a perguntar em caso de alguma dúvida, evitar que leia em público para que não se sinta constrangido e inferior aos outros colegas de sala de aula. Da mesma maneira, pode estar procurando meios para que a criança com essa dificuldade de aprendizagem se sinta confortável perante a turma, substituindo a avaliação escrita pela avaliação oral, evitando testes de múltipla escolha, aceitando o uso de calculadora. Porém, neste último caso, o professor deve ter o cuidado de procurar sempre um local tranquilo ou sala individual para tais avaliações, não só para evitar comentários como também para que o aluno possa focar a sua atenção na tarefa a ser realizada. Para um sucesso na vida do dislexo, o professor é o principal elemento para seu desenvolvimento na sua vida social e profissional.


3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, fica evidenciado que a dislexia  é hereditária e genética, não é considerada uma patologia e existe tratamento para esse distúrbio, pois é feito por meio de intervenção de médicos da área e não por meio de medicamentos. A maior importância é fazer com que a criança não se sinta diferente diante da sociedade, pois cada um tem uma maneira peculiar de mostrar suas habilidades e agilidades. É importante trabalhar com as suas necessidades cognitivas, assim descobrindo seu auto conhecimento.
É necessário buscar apoio de uma equipe multidisciplinar, um especialista na área.O mais indicado é o psicopedagogo, ele não é médico mas é uma peça importante para o tratamento, onde acontecerá diversas avaliações ate chegar a uma conclusão final, só assim pais e professores saberá conduzir a criança para um caminho que obtenha sucesso e se sinta confiante em suas atitudes diante a sociedade.
Para o educador trabalhar com uma criança portadora de dislexia é necessário que ele tenha conhecimento sobre esse distúrbio pois, só assim saberá conduzir de maneira satisfatória o aprendizado dessa demanda, objetivando que a mesma alcance sucesso escolar e profissional. O orientador precisa ser sempre motivado pela busca do conhecimento, a partir dessa busca constante saberá conduzir o seu aluno para que ele seja capaz de exercer sua cidadania.
É importante que o professor esteja sempre em harmonia com família para que possa ficar interado com essa dificuldade que o dislexo sofre, é responsabilidade do educador instruí-lo para que ele não sofra preconceitos, e assim agravando suas dificuldades.
Pais e professores são os protagonistas principais para o sucesso do tratamento.









REFERÊNCIAS

PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem, Tradução de Ana Maria Machado. Porto Alegre, Artes Médicas, 1985.

ROTTA Newra Tellechea, OHLWEILER Lygia, RIESGO Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem Abordagem Neurobiologica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artimed, 2006.

KAPPES, Dany; FRANZEN, Gelson; TEIXEIRA, Glades; GUIMARÃES, Vanessa. Dislexia. Disponível em <HTTP://www.profala.com/artdislexia18.htm>. Acesso em 06.mai.2011 às 21h00min.

SAMPAIO,Simaia.Dislexia.Disponivel em:<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.htm#Dislexia>. Acesso em 06.maio.2011 ás 20h35min.

ABD.Tratamento para Distúrbios Aprendizagem e Dislexia. Disponivel em <http://www.dislexia.org.br/tratamento/tratamento_oque.html>. Acesso em 21.maio as 18h40min.

Associação Brasileira de Dislexia. Dislexia. Disponível em <http://www.dislexia.org.br/abd/dislexia.html>. Acesso em 21.maio.2011 as 16h14min

DE LUCA, Maria Inez Ocanã. Distúrbio, Transtorno, Doença ou Sindrome: afinal onde se encaixa a dislexia? <http://www.richmond.com.br/acontece/disturbio-transtorno-doenca-ou-sindrome-afinal-onde-se-encaixa-a-dislexia/>. Acesso em 21.maio.2011 às 18h40min.

GARCIA, Jesus Nicasio. Manual de dificuldades de aprendizagem. Linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 1998.

2 comentários:

  1. uolllllllllllllllllllllllllllllllllllllll que beleza dee blogggggggggg.
    Pedagogia 2012 tdb.
    Vaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii Sabrynaaaaaaa

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